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Esta é só mais uma preciosidade das que se vão vendo por essa Lisboa fora.
Estavam a fazer obras de “requalificação”, asfaltaram, pintaram os lugares de deficiente e depois estamparam um passeio e um semáforo em cima do lugar que tinham acabado de pintar.
Bonito, não é?
Eu sei que não foi o Sr. Medina quem pintou ou calcetou esta pérola.
Mas a imagem ilustra bem o que é o desgoverno da cidade de Lisboa, as obras feitas sem planeamento, sem avaliação das consequências para os moradores e utilizadores, decisões tomadas a pensar na estética sem pensar na prática, e uma cidade que cada vez menos serve e se preocupa com os cidadãos que nela habitam.
Acredito que os Lisboetas, na sua maioria, amam Lisboa.
O problema é que o executivo camarário, desde há muitos anos, se está olimpicamente nas tintas para os Lisboetas.
A Câmara de Lisboa transformou-se há muito em mero trampolim político para outros voos.
O presidente Fernando Medina não foi eleito nem tem oposição – não é de cá, não é a sua cidade, para ele tanto lhe faz.
Já o Sr. Manuel Salgado parece ter como principal objectivo a sua promoção pessoal como arquiteto de projeção mundial - o que lhe interessa é ser bem visto por opinion makers e revistas trendy de viagens e arquitetura.
A vida dos Lisboetas pode estar a tornar-se num inferno mas se uma revista lifestyle travel xpto urban chic mega fashion falar bem da luz de Lisboa ou das esplanadas com vista, para ele está tudo bem.
Lisboa não é um sítio para os Lisboetas viverem, é um parque de diversões para o arquiteto Salgado e a sua equipa brincarem às cidades e ao trânsito como uma criança brinca com Legos.
Brinca-se, testa-se, fazem-se experiências, desmancha-se e faz-se de novo.
Quando um turista ou jornalista vê obras a decorrer fica bem impressionado – é sinal de que existe uma dinâmica na cidade. O turista e o jornalista da Condé Nast não vão ficar cá para ver que depois das obras o trânsito ainda vai ficar pior.
E os Lisboetas?
Bom, os Lisboetas são os minifigs deste conjunto de Lego; que se lixem ou, como diz o provérbio, quem está mal que se mude...
Aliás, quanto menos Lisboetas houver, mais fácil vai ser circular de tuk-tuc...