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Fundamentalismos

11.05.16

Quadro.jpg

Quando eu era puto, as conversas de liceu com amigos e conhecidos que se diziam comunistas passavam quase sempre pela fase do:

" - Mas se tu gostas tanto de países comunistas porque é que não vais morar para lá? Se calhar na União Soviética ou na RDA eras mais feliz do que aqui..."

 

Eu não gostava de recorrer a esse argumento tipo bomba atómica porque matava a discussão e eu nunca gostei de soluções fáceis. E se o argumento tinha o condão de acabar com quase todas as disputas, era simplista e intelectualmente pouco honesto; desde logo porque as pessoas têm (à partida) o direito de querer tentar mudar o seu País em vez de emigrarem para os países que têm modelos de organização de que gostam mais.

 

Mas agora apetece-me voltar a esse espírito por causa desta polémica inventada a propósito da suspensão dos “contratos de associação” entre o Ministério da Educação e menos de 3% das escolas de ensino privado e particular, e que parece cada vez mais ser apenas uma disputa de cariz religioso.

Faz sentido que numa cidade como Coimbra, com escolas públicas com vagas disponíveis, e num País de escassos recursos, o Estado esteja a financiar escolas privadas que assumem como Visão Educativa: Tenhamos somente em vista a glória de Deus e a salvação do mundo.?

Vocês me dirão...

Mas reformulando a dúvida clássica das discussões anticomunistas do liceu, fica a pergunta:

 

"- Prezados conservadores da nossa praça, se gostam tanto de países onde o estado financia escolas religiosas, porque é que não vão viver para o Paquistão ou para a Arábia Saudita?

Com as vossas mulheres e as vossas filhas?"

 

Não?

Pois, bem me parecia...

 

Nada me move, evidentemente, contra o ensino de cariz religioso; todos temos o direito de inscrever os nossos filhos nas escolas que quisermos, consoante as limitações financeiras de cada um.

O único critério que o Estado tem que assegurar é que TODAS as crianças sem exceção têm acesso a uma escola.

Nos locais onde não existe escola pública, o Estado subsidia uma escola privada para garantir que todas as crianças têm acesso à escolaridade obrigatória.

Mas nos sítios onde existe uma escola pública disponível, quem quiser optar por um colégio privado, paga-o.

Ao Estado compete assegurar serviços e não preferências.

Mais simples que isto é impossível.

 

(nota: a propósito deste tema tenho gostado de ler as crónicas deste perigoso agente soviético)

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publicado às 18:20

Lady Mustache

10.05.16

Se calhar vocês já ouviram falar, ou já visitaram, a página da Lady Mustache no Facebook.

Aquilo não é para meninos e talvez não seja recomendável a malta com pacemaker.

Mas eu cá gosto da violência e da barbaridade desbocada da miúda, que ainda por cima me faz a fineza de ser minha amiga (não, este post não é imparcial).

Admito que muitas vezes ela se estica um bocado e há algumas coisas de que não gosto. Por exemplo não aprecio humor ad-hominem porque a fronteira para o bullying é ténue, e já lho disse.

Mas neste caso nem era disso que se tratava, e muito menos se justifica que uma página seja bloqueada - durante um mês está impedida de fazer novas publicações.

No planeta em que eu quero viver, tem que haver espaço para as coisas que algumas pessoas acham que são de gosto duvidoso.

Se a "gerência" do Facebook mandasse no mundo, o Tarantino não teria rodado um único filme.

E eu não quero viver nesse mundo onde só a falsa unanimidade é permitida.

Lady_mustache-bloqueio.jpg

Muito honestamente, e vendo a publicação que despoletou a polémica, nem sequer consigo perceber exactamente qual das imagens viola os "padrões da comunidade do Facebook".

Há quem olhe para este post e ache que a autora está a gozar com os milhares de pessoas que morrem de fome no mundo - tanta estupidez também devia ser banida.

Se a estupidez e a intolerância não violam os padrões da comunidade do Facebook, pelo menos violam os meus.

 

 

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publicado às 21:15

Like a boss

10.05.16

Lá em casa a Joaninha tem a alcunha de "o bicho".

Isto é apenas uma amostra...

Dar ordens.jpg

 

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publicado às 16:20

Tenho dias...

04.05.16

Um barbudo também tem direito à vaidosice de vez em quando.

E como fiz anos, senti-me com legitimidade para espatifar uma pipa de massa numa t-shirt que me estava atravessada desde janeiro.

Quando lançou o seu último disco, Black Star, o David Bowie estabeleceu uma parceria com o designer Paul Smith para a criação de uma t-shirt em algodão orgânico alusiva à capa do álbum.

Eu consegui aguentar-me estes meses todos mas agora decidi não resistir. Só que já não comprava nada em lojas caras há anos e já não estava habituado a este tipo de mimos.

Uma caixa linda, um produto irrepreensivelmente embalado, um envelope e uma carta em papel que mais parece de um convite de casamento, enfim... todos os exageros que um marketing de excelência permite.

T-shirt Black Star by Paul Smith

Caramba, assim vale a pena ir às compras.

 

(nota do editor: vou estreá-la, muito orgulhosamente, quando for ao Lux para a festa dos 10 anos do "Fala com ela", o programa da Inês Meneses na Radar.)

 

 

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publicado às 20:55

Arte sacra

04.05.16

Sem que ninguém lhes diga nada, eles vão fazendo o seu percurso livremente :-)

Arte sacra.jpg

 

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publicado às 17:44

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