Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Diz o provérbio que quem os meus filhos beija, a minha boca adoça.
Vem isto a propósito de um episódio que me aconteceu há pouco tempo na festa de fim de ano na escolinha da minha filha mais nova: um pai que é fotografo profissional ofereceu-se para fotografar gratuitamente a festa e agora disponibilizou o download das imagens aos restantes pais.
A generosidade é uma coisa bonita mas a generosidade de desconhecidos é ainda mais surpreendente.
Para lhe retribuir o mimo, fica aqui a publicidade.
O Salvador Colaço é um fotografo profissional a sério, daqueles que viaja pelo mundo e passa pela Indonésia para fotografar manequins em bikini nas praias de Bali ou que fotografa os artistas para as capas dos seus discos ou livros.
Mas também é o pai que decide oferecer o seu talento a pessoas que mal conhece.
E eu acho isso lindo.
Visitem-lhe o site, sigam-no no facebook, e se um dia precisarem de um fotografo é mesmo dele que vocês precisam.
Obrigado Salvador!!!
PS: Já agora, a Joana entrou numa parte da peça em que se representava um museu com os seus quadros. Havia um Afonso Henriques, uma Rainha Santa Isabel, um Camões, um Fernando Pessoa e a minha Joaninha fazia de Amália.
E que linda que estava, caramba...
(desculpem o blur na cara dos outros miúdos mas nunca se sabe como é que outros pais reagiriam se eu postasse a foto sem filtros...)
Invistam 14 minutos das vossas vidas e ouçam o discurso da Michelle Obama na Convenção Democrata que decorreu esta semana.
O seu marido é, para mim, o mais extraordinário orador do meu tempo.
Mas com este discurso a Michelle Obama conquistou-me de forma incondicional.
Não sei se o fez de forma deliberada, se tem ambições políticas, mas pode ter-se posicionado na linha da frente para uma possível futura candidatura.
Mostra que é muito mais do que apenas uma 1ª Dama – é verdadeiramente um Presidente em potência.
Que colosso de discurso; assim não admira que os adversários a plagiem...
Num mundo às avessas, ouvi-la dá-me esperança e vontade de acreditar.
You go, girl!!!
(eu sigo-te...)
Matosinhos dá um passo inédito no capítulo da mobilidade urbana: a partir de agora há zonas onde é proibida a circulação de famílias.
A imagem fala por si; este passeio foi dividido em duas partes: 4/5 para os ciclistas e 1/5 para os peões.
Em resumo, se for respeitada a sinalização nenhuma família, pequena ou grande, poderia circular naquela via (a menos que fossem todos em fila indiana).
Tem um filho pequeno e quer passear de mão dada com ele?
Não pode, a Câmara de Matosinhos acha isso mal.
Mas eu sou um optimista: pode ser que um dia a estupidez seja modalidade olímpica e Portugal consiga mais umas medalhas...
Nota: é evidente que nada me move contra ciclistas ou ciclovias, muito pelo contrário. Tirar os ciclistas das faixas de rodagem garante a segurança física desses cidadãos e assegura uma melhor fluidez do trânsito – toda a gente ganha.
Já têm livro para as férias?
Estavam a pensar levar um daqueles manhosos arraçados de eróticos mas com uma capa do Lobo Antunes para disfarçar?
Então aproveitem os saldos da WOOK e durante o dia de hoje ganham 20% de desconto e ainda têm os portes grátis.
Melhor do que isto, só dois istos...
A Amy Winehouse deixou-nos há precisamente 5 anos.
Eu já me vou habituando à ideia, que remédio tenho eu, mas ainda a vou chorando porque volto à sua música regularmente.
Como toda a gente, passei boa parte da minha vida a venerar artistas mais velhos do que eu. É natural; quando se tem 16 anos os artistas que nos ajudam a crescer são todos um bom bocado mais velhos do que nós.
Depois chegamos aos 25/30 e já há gente da nossa idade a fazer (muito) boa música.
Mas a Amy foi um furacão raro, por todas as razões.
Porque levou a sua capacidade autodestrutiva até ao fim, e porque foi a única miudinha que rotulei como absoluto génio na minha hierarquia pessoal dos Deuses.
Há quem goste de lembrar o estado lastimável em que se apresentou em Lisboa em 2010, mas esse lado da sua história nunca me interessou. Mesmo nessas imagens eu prefiro recordar o espírito de irmandade da banda que tenta, com enorme sacrifício e profissionalismo, manter o espetáculo de pé (e mantê-la a ela de pé). Eu olho para as imagens do Rock in Rio e gosto ver um grupo de grandes músicos que tentam segurar a sua menina, numa demonstração de carinho e dedicação que me comove porque todos sabíamos o que se estava a passar.
A Amy era um anjo caído, aqueles músicos sabiam-no e faziam o que podiam para a amparar.
Mas para a lembrar em boa forma, a Amy Winehouse a sério, vou muitas vezes ver este vídeo.
É de 2007, ela já não é a menina que passeia o cão ma capa do Frank, já apresenta as suas imagens de marca (o cabelo, o swish, as tatuagens...) mas ainda está em plena posse das suas qualidades de absoluto génio.
E ainda tem o sorriso (às vezes triste), a pele de múda e os olhos grandes e curiosos de reguila.
E aquela banda maravilhosa que a acompanhou e amparou até à queda a fazer a festa à chuva.
Vamos lembrá-la pelo seu génio e pelo que ela fazia de melhor – a música.
A Amy morreu, viva a Amy!
Amy sempre!
Isto de ter uma página com quase 15.000 seguidores tem a piada acrescida de nos arriscarmos a ser seguidos por pessoas que admiramos.
Há uns dias recebi uma notificação que dizia “Leonor Teles gostou da tua publicação”.
E eu fiquei a pensar... será a Leonor Teles? A miúda que ganhou o Urso se Ouro no Festival de Cinema de Berlim com a curta Balada de um Batráquio ?
E era mesmo ela, pá.
Que fixe.
Eu sou um tipo estruturalmente tímido: ainda há umas semanas estive ao lado dela no Lux, reconheci-a, ela esteve a dançar com umas amigas a centímetros de mim mas eu não fui capaz de lhe falar para lhe dar os parabéns pelo seu tremendo feito.
Nunca consigo quebrar o gelo; acho sempre que vou incomodar as pessoas.
Mas vê-la a seguir a minha página derreteu-me.
O Éder espantou-me 3 vezes no espaço de 24 horas.
1 - Marcou um golo absolutamente inesperado que deu à nossa Seleção o tão desejado título de Campeões Europeus.
2 - Mal acabou o jogo, e ainda no relvado, quis agradecer o seu momento de glória à sua mentora e ao Cristiano Ronaldo que lhe tinha dito que acreditava que ele ia marcar o golo.
3 - Passadas umas horas, já em Lisboa, resolveu gritar a plenos pulmões de microfone nas mãos: - Hoje é feriado, car@#&o! - numa Alameda Afonso Henriques onde estavam dezenas de milhares de pessoas de todas as idades, incluindo crianças e avozinhas.
O seu passado vivido em lares e o entusiasmo da recepção dos Lisboetas podem ajudar a explicar a alarvidade deste 3º episódio.
O treino, a dedicação e o esforço podem ajudar a explicar o momento de inspiração no milésimo de segundo em que decidiu rematar para o golo.
Mas o segundo episódio, o do agradecimento e da partilha, não se treina – só está ao alcance de alguém genuinamente generoso. Não era um discurso pensado e preparado, foram palavras que lhe jorraram a quente do coração para a boca.
O normal seria que falasse apenas de si, do seu feito e da sua alegria - mas não foi isso que aconteceu.
Acho absolutamente notável que alguém atinja o ponto mais alto da sua carreira, se transforme num herói nacional, e a primeira coisa que lhe ocorra seja partilhar esse mérito com outros.
Essa generosidade, esse impulso de partilhar o mérito e a felicidade só está ao alcance de alguns.
Obrigado Éder.
Pelo golo e pelo exemplo.
P.S. esta tremenda ilustração foi feita pelo meu amigo Luís que é um génio e criou a página As Minhas Insónias Em Carvão.