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DAMA com as manas.jpg

Talvez não andem por aí muitos textos, escritos por adultos, onde se exalte a postura dos DAMA.

Mas como eu sou do contra, aqui vai...

Aqui há uns meses, as miúdas mais velhas queriam ir vê-los ao Rock in Rio; mas com bilhetes a 60€ (e a ter que comprar 3), não foi possível.

Felizmente o concerto deu em direto na TV e nessa noite elas deitaram-se mais tarde para assistirmos em conjunto.

E eu, que já assisti a (muitas) centenas de concertos, gostei do que vi.

É uma banda profissional e os miúdos dão tudo o que têm ao seu público.

Confesso que fiquei espantado com o à vontade com que eles encheram um palco gigante como o do Rock In Rio e não se intimidaram com a pressão de terem à frente 80.000 ou 90.000 pessoas.

Pareciam uns veteranos que dão concertos de estádio há anos...

Depois as manas quiseram um disco deles e lá se comprou o “Dá-me um segundo”.

Ao ouvir o disco a boa impressão manteve-se.

Existe uma máquina bem oleada por trás, com uma equipa de músicos e de produtores competentes que fazem um trabalho impecável e sem falhas.

É música comercial? Claro que é.

Percorre-se o disco e percebe-se que cada canção foi feita para agradar mais a um determinado público – aquilo parece um catálogo de sub-géneros de canções.

Uma mais a puxar para o hip-hop, outra com umas guitarras mais rockeiras, outra mais juvenil, outra mais orquestrada e com a secção de metais mais presente, outra com mais swing e mais dançável... ali há de tudo para se ter a certeza de que se agrada a muita gente.

É evidente que aquelas canções não resultam de um impulso criativo irresistível; não estão, nem pretendem estar, no patamar da arte – para isso temos os o Nick Caves e as PJ Harveys da vida.

Sim, são canções pop comerciais.

Mas é um projeto comercial bem feito, bem pensado, bem estruturado e bem executado.

E eles parecem genuinamente felizes em palco o que dá uma dimensão muito verdadeira e humana ao seu produto.

O facto de não ser a música que eu oiço não me tolda a vista e não me impede de lhes reconhecer inúmeras qualidades.

Entretanto soube do concerto no MEO Arena que acontecia 1 mês depois do aniversário das manas, fui ver os preços, havia bilhetes a 40€ com direito a meet&greet e lá se fez o sacrifício (financeiro) com a desculpa de que eram os presentes de aniversário.

A questão do preço é importante porque no ano passado, durante a digressão da Violetta, cobravam-se 500€ pelos bilhetes com direito a fotografia com as vedetas e esgotaram!!!

Depois desse precedente e do banho de multidão no Rock In Rio, os DAMA (ou a sua máquina promocional) podiam ter colocado os bilhetes meet&greet muito mais caros mas optaram por os colocar no mercado a um preço “praticável”.

É claro que para compensar venderam 1.500 bilhetes e os fãs tiveram que esperar (muitas) horas para tirarem a sua foto.

Mas isso foi muito melhor do que se tivessem vendido os bilhetes a 100€ ou 200€, ganhando o mesmo vendendo menos bilhetes, e dando esse privilégio apenas a algumas famílias mais endinheiradas.

As minhas filhas chegaram a casa quase às 4 da manhã mas vinham felizes e orgulhosas com a sua foto e com o disco autografado.

Para mim, isso é o que interessa.

E os próprios DAMA aguentaram mais de 6 horas a tirar fotos, depois de darem um concerto que de certeza foi fisicamente esgotante só por si.

Mais uma vez deram tudo pelos seus fãs.

Obrigado aos DAMA por serem uns profissionalões, por se esforçarem e se sacrificarem pelos seus fãs, por terem colocado os bilhetes a preços (a partir de 15€) que uma família normal pode pagar, por terem um disco giro que um pai alternativo consegue ouvir no carro sem querer saltar em andamento, e por mostrarem aos miúdos que é possível ter uma banda com sucesso e ganhar independência financeira com a música.

Em resumo, obrigado por serem um exemplo.

Há milhares de crianças e adolescentes que querem aprender um instrumento para poderem tocar as suas canções – podem perfeitamente começar por aí e depois cada um segue o seu caminho musical.

Num País que investe tão pouco na educação para as artes, o fenómeno DAMA faz mais por Portugal do que muitos (ex-)ministros da educação.

Tenho dito!

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publicado às 10:54

Deficientes.jpg

Esta é só mais uma preciosidade das que se vão vendo por essa Lisboa fora.

Estavam a fazer obras de “requalificação”, asfaltaram, pintaram os lugares de deficiente e depois estamparam um passeio e um semáforo em cima do lugar que tinham acabado de pintar.

Bonito, não é?

Eu sei que não foi o Sr. Medina quem pintou ou calcetou esta pérola.

Mas a imagem ilustra bem o que é o desgoverno da cidade de Lisboa, as obras feitas sem planeamento, sem avaliação das consequências para os moradores e utilizadores, decisões tomadas a pensar na estética sem pensar na prática, e uma cidade que cada vez menos serve e se preocupa com os cidadãos que nela habitam.

Acredito que os Lisboetas, na sua maioria, amam Lisboa.

O problema é que o executivo camarário, desde há muitos anos, se está olimpicamente nas tintas para os Lisboetas.

A Câmara de Lisboa transformou-se há muito em mero trampolim político para outros voos.

O presidente Fernando Medina não foi eleito nem tem oposição – não é de cá, não é a sua cidade, para ele tanto lhe faz.

Já o Sr. Manuel Salgado parece ter como principal objectivo a sua promoção pessoal como arquiteto de projeção mundial - o que lhe interessa é ser bem visto por opinion makers e revistas trendy de viagens e arquitetura.

A vida dos Lisboetas pode estar a tornar-se num inferno mas se uma revista lifestyle travel xpto urban chic mega fashion falar bem da luz de Lisboa ou das esplanadas com vista, para ele está tudo bem.

Lisboa não é um sítio para os Lisboetas viverem, é um parque de diversões para o arquiteto Salgado e a sua equipa brincarem às cidades e ao trânsito como uma criança brinca com Legos.

Brinca-se, testa-se, fazem-se experiências, desmancha-se e faz-se de novo.

Quando um turista ou jornalista vê obras a decorrer fica bem impressionado – é sinal de que existe uma dinâmica na cidade. O turista e o jornalista da Condé Nast não vão ficar cá para ver que depois das obras o trânsito ainda vai ficar pior.

E os Lisboetas?

Bom, os Lisboetas são os minifigs deste conjunto de Lego; que se lixem ou, como diz o provérbio, quem está mal que se mude...

Aliás, quanto menos Lisboetas houver, mais fácil vai ser circular de tuk-tuc...

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publicado às 18:00

Moda Lisboa

19.10.16

Fashion.jpg

Este fim-de-semana as manas mais velhas resolveram fazer uma produção de moda para os mais novos.

Foi a maneira de estrearem os headphones que tinham acabado de comprar pelo aniversário.

As produtoras esmeraram-se nos detalhes e os modelos deixaram-se vestir e pentear e fotografar sem reservas.

Uma manhã de domingo com alto profissionalismo!

 

 

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publicado às 12:44

Donald Trumps.jpg

 Do que eu gosto é de abrir o photoshop :-)

 

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publicado às 18:26

Dylan-2.jpg

É normal discutir-se se o vencedor do Nobel da Literatura merece (ou não) o prémio - é um ritual que se repete ano após ano.

E muitos de nós nunca tinham ouvido falar do vencedor até ao dia do anúncio.

Mas desta vez mudou-se o paradigma.

O galardoado é tão grande que não se coloca a questão de saber se Bob Dylan merece ou não o Nobel.

É o próprio Prémio Nobel que já merecia um Bob Dylan.

E isto para mim faz tanto sentido que me sinto verdadeiramente mais feliz por causa disso.

 

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publicado às 13:30

Taxi Vs Uber

10.10.16

Taxi_vs_Uber.jpg

Há duas coisas que me custam (muito) a entender nesta guerra entre Taxis e Uber.

Se a Uber está a operar em Portugal mais de 2 anos, como é que o poder político e legislativo ainda não se deu ao trabalho de... tipo... legislar sobre a matéria?

Não seria altura de os partidos políticos com assento parlamentar assumirem, cada um, uma posição clara sobre o assunto, para depois irem à procura dos consensos necessários?

Ou vamos fazer como de costume e esperar que o Governo (fosse ele qual fosse) apresente uma proposta para depois a oposição se associar ao descontentamento de uma classe profissional, sem contudo se comprometer com nenhuma solução clara?

Ainda por cima, à negligência da classe política soma-se a incompetência das estruturas que apoiam os taxistas.

Não percebem eles que estão diariamente a fazer publicidade à Uber?

Porque de cada vez que um grupo de taxistas (que não representam a classe) se porta como um bando de selvagens, a imagem do serviço prestado pela Uber distancia-se em qualidade e sofisticação.

Estes taxistas criaram a ideia de que são apenas um bando de grunhos, e estão agora a consolidar essa imagem.

Naturalmente, quem vê/lê estas notícias e quer aceder a um serviço que não seja prestado por um grunho, tem uma alternativa: chama a Uber...

Confesso que se a Uber estivesse cotada em bolsa (e eu tivesse dinheiro para investir) era lá que apostava as minhas economias.

Não é todos os dias que vemos uma marca ou serviço a ocupar a abertura de todos os telejornais, incluindo o prime time, tanto nas generalistas como no cabo, e tudo isto sem gastar um tostão porque o seu principal concorrente se encarrega de lhe oferecer esse protagonismo e correspondente tempo de antena.

Há marcas que investem fortunas para aparecer na TV mas a Uber não precisa – os taxistas oferecem-lhe esse privilégio e pagam a factura.

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publicado às 19:44

Mood of the day

07.10.16

Parabéns Toneca.jpg

Depois de o Prof. Diogo Freitas do Amaral ter presidido à Assembleia Geral (nos anos '90), o Engº António Guterres vai ser eleito Secretário Geral da ONU.

Parabéns aos dois pelos seus currículos notáveis e por engrandecerem Portugal.

Sabemos que a ONU não tem poder - o poder está nos Estados Membros, e a paz só se constrói com a vontade e o empenho destes.

Se um Secretário Geral da ONU tivesse a capacidade de pôr fim aos conflitos armados, há já muito tempo que o mundo viveria em paz.

Mas eu acredito na diplomacia e sei que o poder do bom-senso por vezes triunfa.

Espero que António Guterres tenha sucesso nesta sua nova missão.

Não por ele, não pelo prestígio acrescido para o nosso País, mas porque o mundo precisa urgentemente desse sucesso.

 

 

 

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publicado às 09:46

Bolota_Salmos.jpg

Achei estranho quando as miúdas chegaram a casa com estes livrinhos de Salmos e Provérbios.

O que levará alguém a ir para a porta de uma escola distribuir estes livros a crianças de 11/12 anos, de forma indiscriminada e descontextualizada?

Que utilidade lhes poderiam dar os miúdos?

Eu sei que as Escrituras estão cheias de milagres e episódios fantásticos; mas não estou a ver os miúdos a largarem os livros do Harry Potter para irem a correr ler o Novo Testamento.

Não seria o dinheiro destas edições mais bem empregue se fosse canalizado para obras de caráter social?

Não seria mais útil tentar materializar aquela ideia (tão actual) de ajudar o nosso semelhante?

Não seria mais católico?

Bom... quem gostou da leitura foi a Bolota, a nossa cachorra.

Apanhou um exemplar a jeito e, aparentemente, não achou a leitura nada indigesta.

 

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publicado às 19:56

Um caso clínico

04.10.16

Audiogésicos da Dra. Ana Correia

Eu gosto de dizer á pessoas que gosto delas - preciso disso...

O problema é que há pessoas de quem gosto mas que não conheço.

E se é certo que depois de me apresentarem alguém, fico logo a sentir-me amigo (tenho uma costela de Labrador), a verdade é que sou incapaz de abordar um(a) desconhecido(a).

Até conhecer a pessoa em causa, sou de uma timidez confrangedora.

Vai daí, escrevi uma carta à Dra. Ana Correia onde pedi ajuda, e aproveitei para lhe dizer que gosto dela e do Luís Oliveira e da Inês Lopes Gonçalves e das Manhãs da 3.

No fundo é muito mais fácil escrever-lhes a dizer que gosto deles do que encontra-los na rua e quebrar o gelo.

Aqui está o podcast...

 

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publicado às 09:25


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