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O tema pode ser polémico mas eu estou de acordo com os miúdos do CDS – também sou pela abstinência sexual nas escolas.

Se querem sexo arranjem um quarto, caramba.

É que os tempos mudaram.

Agora o Íbis tem quartos por menos de 40€ (quem pode, pode).

Para além disso há imensos pais separados e as mães trabalham todas o que deixa muitas casas sem ninguém durante as manhãs e tardes (quem não pode, pode).

Já não faz sentido ter sexo na escola, seja atrás do ginásio ou num balneário vazio.

Deixem esses espaços para os miúdos que se estão a iniciar no bate-pé, ok?

Força Juventude Popular – gandas malucos.

Agora não sei é quem é que vai dar as aulas de abstinência.

Será que eles têm um filiado para colocar em cada escola?

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publicado às 15:31

Não sei se vocês acompanharam a entrega dos prémios Nobel mas aconteceu uma coisa tão improvável quanto bela.

A academia Sueca tinha convidado desde o início a Patti Smith para cantar uma canção na cerimónia; ela aceitou de imediato e ficou a pensar na sua canção que melhor se adequaria.

Depois de ser anunciado que o Bob Dylan tinha ganho o Nobel da literatura, a boa da Patti decidiu que não cantaria uma canção sua mas faria antes uma versão de um tema do galardoado.

“A hard rain’s a-gonna fall” foi a canção escolhida e ensaiada para a ocasião.

Mas durante a interpretação do tema a Patti Smith teve uma branca e esqueceu-se da letra.

Foi constrangedor.

Ela parou de cantar e acabou por explicar que estava muitíssimo nervosa por estar a cantar ali naquela ocasião.

Uma artista que já atuou em todo o lado e perante milhões de pessoas consegue encarar mais uma canção como algo muito maior do que “apenas mais uma”.

Essa dedicação e essa humildade são, para mim, esmagadoras.

Eu só soube do acontecimento porque ela própria falou nisso na sua página de Facebook quando partilhou um maravilhoso artigo do The New Yorker a propósito da sua falha.

Também acho genial que ela faça a sua catarse de forma tão aberta e transparente.

Dias depois voltava a falar da sua falha ao partilhar um belo texto de uma das instrumentistas que estava na orquestra a 2 metros dela.

Estou convencido de que milhões de pessoas só souberam da sua falha porque ela própria veio dizer que falhou.

A Patti Smith conseguiu transformar um falhanço num momento de superação e de humilde grandiosidade.

É (também) por isso que ela é uma das miúdas que eu amo.

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publicado às 18:44

Conhecer o Hugo (van der Ding) é um privilégio porque dele podemos dizer que é genial sem sermos acusados de porte ilegal de hipérbole.

O Hugo é o tipo que faz a Criada Malcriada, que fazia a Cavaca para Presidenta, que escreve  As Memórias de uma Porteira na Sábado, e que faz mais mil-e-uma coisas que só os amigos é que sabem porque as faz apenas pelo gozo de estar sempre a fazer coisas.

Quando saiu o livro da Criada Malcriada o Hugo era um militante anónimo. E estava tão obcecado com o seu anonimato que no lançamento do livro se escondeu na casa de banho da Ler Devagar para me dar este precioso autógrafo.

Criada malcriada.jpeg

Mas agora saltou-lhe a tampa e já dá a cara pelos seus projectos.

No lançamento do seu novo livro, O Inspector Acidental, até deu para tirar uma foto.

Se quiserem uma (excelente) sugestão para o Natal e já tiverem o meu livro, comprem o do Hugo.

Aquilo encomenda-se no site da Editora Cego Surdo e Mudo.

A sério.

O livro é completamente alucinado e se vocês não gostarem é porque não sabem ler.

E estes éramos nós na festa de lançamento que foi bestial.

Olhem, tivessem ido...

Hugo&Me.jpg

 

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publicado às 17:52

The-Good_father.jpg

Eu tenho desculpa.

Bom... na prática, todos temos desculpa.

Pelo menos, todos inventamos uma.

Ou várias, para termos uma sempre à mão.

 

É o stress (como se eles não tivessem stress), é o facto de não nos ouvirem à primeira (como se nós ouvíssemos à primeira quando tínhamos a idade deles), é a inconveniência de serem desobedientes (como se nós fossemos sempre uns carneirinhos prontos a anuir), é a maçada de nos questionarem (como se nós não fizéssemos perguntas), é a audácia de nos desafiarem (como se nós não gostássemos de fazer frente aos outros).

No fundo é tudo.

 

Eu posso sempre acrescentar que o número conta.

São 4 e isso dá muuuito mais trabalho e é muuuito mais complicado.

Quem tem um filho ou dois não consegue sequer imaginar...

Mas em bom rigor, isso também não me devia servir de desculpa porque é a mim que compete manter o controlo.

 

Fico triste quando os meus filhos resolvem as suas desavenças aos berros ou ao estalo.

Eu sei que supostamente faz parte.

Numa casa com vários irmãos há muitas discussões, muitos conflitos, e por vezes as coisas acabam com um (ou mais) a chorar.

É claro que há comportamentos que trazem da escola e um encontrão ou um pontapé entre miúdos é sempre uma “solução” rápida para impor um ponto de vista.

 

Mas a verdade é que o responsável sou eu e quem dá o exemplo sou eu.

E a verdade é que muitas vezes sou eu quem dá o mau exemplo que eles replicam uns com os outros.

Muitas vezes sou eu quem perde a paciência demasiado depressa ou demasiado cedo.

Muitas vezes sou eu quem se põe aos berros de uma ponta da casa para ser ouvido na outra extremidade.

Muitas vezes sou eu quem ameaça com um castigo ou com um estalo se a minha decisão não for obedecida.

E algumas vezes, com muita mágoa minha, sou eu quem recorre à palmada (ou ao calduço para ser mais humorístico) para impor uma ordem.

 

Sou eu quem dá o (mau) exemplo que eles reproduzem nas discussões entre eles - e tenho que mudar.

Não sei se o facto de eu mudar os vai fazer mudar a eles, pelo menos a curto prazo.

Mas compete-me a mim dar esse passo para termos todos uma vidinha a 6 mais tranquila e harmoniosa.

Somos felizes, temos saúde, não nos faltam bens de primeira necessidade, a escola vai correndo bem, não há razão para que às vezes o ambiente seja tenso.

E quando isso acontece, é quase sempre por culpa minha.

É claro que o granel e a algazarra têm a sua piada; eu gosto de dizer que com 4 filhos é como se vivesse dentro de um filme italiano (e fui eu que quis ter uma família assim.).

 

Mas a palmada, ainda que rara, tem que acabar.

E a ameaça de dar a palmada também.

E o tom de voz tem que baixar.

Que seja em 2017...

 

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publicado às 00:28

Lembram-se da Dra. Maria José Vilaça?

A Presidente da Associação de Psicólogos Católicos que numa entrevista explicava que ter um filho homossexual “é como ter um filho toxicodependente”, que tem vários vídeos on-line onde afirma que a homossexualidade é uma doença, uma imaturidade que se transforma em patologia, e que até existe esperança de “cura” para as pessoas “perturbadas pela homossexualidade”?

Como estamos numa época festiva e eu gosto de abrir o photoshop, criei uma “Boneca Vilaça” para todos vocês e até lhe fiz um anúncio.

É a grande loucura deste Natal e é o meu presente para vocês.

Espero que gostem.

É bem melhor do que um par de meias...

Anúncio.jpg

 

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publicado às 00:13

Por causa de um artigo recente sobre uma polémica envolvendo o filme O Último Tango em Paris, dei por mim à procura de notícias sobre o saxofonista Gato Barbieri.

Fiquei a saber que foi mais um dos que morreu neste ano tramado de 2016 sem que, aparentemente, tenha sequer chegado a ser notícia.

Tive o enorme privilégio de o ver ao vivo há 15 anos num concerto inesquecível no Tivoli, e deixo-vos com uma história deliciosa dessa atuação.

Para que lhe fiquem a conhecer o nervo e o (mau) feitio...

 

Nos intervalos das músicas ele gostava de contar umas histórias e, habituado que estava aos palcos do mundo, fazia-o em inglês.

Mas estando a tocar em Lisboa, alguém bem intencionado da plateia decidiu interrompê-lo para lhe dizer que podia falar espanhol. Sendo ele argentino, podia não saber que por cá nos desenrascamos todos mais-ou-menos com o castelhano.

Ele torceu o nariz, fez uma cara séria de quem não gosta de receber conselhos, e continuou a falar inglês.

No intervalo seguinte voltou a falar em inglês e a pessoa bem intencionada da plateia, julgando que ele não tinha percebido e pensando estar a ajudá-lo, voltou a dizer-lhe que podia falar espanhol porque nós compreendíamos.

À segunda o Gato Barbieri amuou, parou de falar, deu uns passos atrás e arrancou com mais uma música.

Minutos depois, a meio de um solo tremendo parou de tocar, dirigiu-se ao microfone, apontou para o seu saxofone dourado e perguntou em espanhol:

- Quieres que toque en otro idioma?

 

A plateia irrompeu numa loucura de gritos e aplausos – era o Gato na sua melhor forma!

 

Uns dias antes, quando estava comprar o meu bilhete, a senhora da bilheteira disse-me que lamentava mas já só tinha lugares na primeira fila - as pessoas não costumam gostar de ficar tão próximo - explicou-me.

Mal sabia ela que era mesmo na primeira fila que eu queria ver o Gato Barbieri.

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publicado às 16:12


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