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Este é capaz de ser o meu provérbio favorito e vem a propósito de dois acontecimentos recentes.
Sim, Donald Trump tinha razão: passou-se “algo” com a Suécia.
Foi com a Suécia mas não foi na Suécia, foi no Irão.
A Suécia orgulha-se de ter o primeiro governo feminista do mundo mas quando em meados deste mês a Ministra do Comércio visitou o Irão, foi de cabecinha baixa e convenientemente coberta com o hijab - ela e a restante delegação de senhoritas muito feministas mas cheias de respeitinho.
Apesar de as activistas Iranianas pedirem às dignatárias estrangeiras para não se sujeitarem a esta humilhação e apoiarem os esforços das mulheres Iranianas a mudar as mentalidades do seu País, as auto proclamadas feministas suecas marimbaram-se para a sua própria dignidade e fizeram o frete às autoridades Iranianas.
Depois de Michelle Obama ter dado nas vistas por ter ido em visita oficial à Arábia Saudita (o mais conservador dos países islâmicos) e se ter portado como uma mulher, ficámos a saber que no passado até a Laura Bush (que supostamente é conservadora) foi de cabeça descoberta. E a lista inclui a Hilary Clinton, a Condoleza Rice ou a Ministra da Defesa Alemã.
Não consigo imaginar o que terá levado uma delegação Sueca de mulheres a sujeitar-se a este walk of shame, ainda por cima quando se afirmam feministas.
Hoje ficámos a saber que a candidata às presidenciais em França, Marine Le Pen, está de visita ao Líbano e recusou-se a usar o véu.
Encontrou-se com quem a quis receber nestas condições, incluindo vários líderes religiosos.
Entretanto o Grande Mufti de Beirute fez saber que um encontro entre os dois implicaria essa “condição" (o uso obrigatório do véu) e a candidata “pediu para transmitirem ao Grande Mufti os seus respeitos.”
E o encontro foi cancelado.
Estranho mundo este onde uma francesa apelidada de "extrema direita" dá lições de moral e de dignidade a umas suecas apelidadas de feministas.
Nunca imaginei que um dia escreveria umas linhas elogiosas para um membro da família Le Pen. Aconteceu hoje...
Bom, e agora se não se importam vou mandar um mail à NASA a perguntar se precisam de voluntários para expedições espaciais prolongadas - este planeta está a ficar demasiado estranho...
P.S.
Perdon my french... mas espero que a delegação das feministas suecas tenha feito bons negócios e assinado bons contratos com esta visita de Estado - é que não há nada mais triste do que uma puta barata.
À parte disso, enquanto escrevia isto apaixonei-me por esta miúda...
A Vila das Cores é um livro do Bruno Magina com uma história e um propósito.
A história acompanha a chegada à Vila das Cores da “Família Violeta”, uma família diferente do habitual porque tem dois pais e as suas duas crianças adoptadas.
O propósito é falar aos miúdos da importância de aceitar o “outro” com as suas diferenças e acolhê-lo sem preconceito.
Mas o mais engraçado é que enquanto eu contextualizava a história ao Zé, ele desinteressava-se das minhas explicações.
A verdade é que para uma criança de 7 anos que não seja educada com base no ódio e no preconceito, respeitar uma família diferente é algo tão natural que nem carece de explicação ou justificação.
O Zé achou o livro normal e não percebeu muito bem porque é que eu estava para ali a chateá-lo com a “moral da história”.
O livro é giro, o propósito é nobre e é uma boa ferramenta para falar de temas como a diferença e a aceitação.
Fica a dica...
Agora anda-se muito melhor a pé em Lisboa.
Com passeios mais largos e desimpedidos é um verdadeiro espetáculo (como se vê nesta foto da Av. da Liberdade).
Para quem anda com filhos e carrinhos de bebé este tipo de intervenção ajuda imenso.
Mas imagino que especialmente para os cegos (como o retratado no mupi) este moderno mobiliário urbano seja um verdadeiro deleite.
Obrigado a quem pensou nisto.
Ora então sejam muito bem-vindos à última polémica parva.
Vamos aos factos:
1 – o Valter Hugo Mãe escreveu um livro;
2 – o Ministério da Educação incluiu esse livro no Plano Nacional de Leitura do 3º ciclo;
3 – uns pais não gostaram devido ao conteúdo de 2 ou 3 parágrafos e protestaram;
4 – o Ministério reconheceu que tinha sido um erro informático e que afinal o que pretendiam era recomendar o livro para o PNL do liceu e não para o 3º ciclo.
Fixe, ficou assim tudo resolvido.
Mas acabou a polémica?
Ehhhh... não.
Parece que algumas pessoas querem brincar à indignação durante mais uns dias e para isso fingem-se muito maçadas pelo facto de alguns pais terem protestado com a inclusão do livro no Plano Nacional de Leitura do 3º ciclo.
Como se os pais não tivessem legitimidade para opinar sobre a educação que é dada nas escolas aos seus próprios filhos, sobretudo quando têm 12 ou 13 anos.
Um dos argumentos mais fofos (chamemos-lhe assim) vai buscar a recordação das suas leituras da adolescência, do Christiane F aos Trópicos do Henry Miller, passando pelas piadinhas sobre as páginas coladas da Gina...
O argumento é: como esses papás não ficaram traumatizados com essas leituras precoces (mal seria...), alega-se que não há necessidade de adequar conteúdos à idade e à maturidade das crianças.
Como se nas restantes disciplinas da escola não se enquadrasse a complexidade das matérias em função da idade dos alunos.
E depois, como é evidente, cola-se um rótulo de conservador ou falso moralista a todos os pais que acham que cada criança tem a sua maturidade e que deve ler o que for mais ajustado à sua idade, pelo menos quando tem o selo de “conselho” do Plano Nacional de Leitura.
Como é evidente os miúdos vão sempre ler coisas às escondidas.
Pela minha parte até conto comprar daqui a uns tempos um livro da Anais Nin e deixá-lo “esquecido” numa mesa qualquer para que as minhas filhas o possam ler, naturalmente às escondidas.
É claro que é uma absoluta aberração pretender avaliar uma obra a partir de dois parágrafos completamente descontextualizados.
É claro que a personagem que diz aquelas frases foi alvo de uma construção física e psicológica ao longo do romance, e que quando o leitor lá chega já sabe que aquela personagem é uma besta.
Ainda assim, estou convencido de que quando o Valter Hugo Mãe escreveu “E a tua tia sabes de que tem cara, de puta, uma mulher tão porca que fode com todos os homens e mesmo que tenha racha para foder deixa que lhe ponha a pila no cu.” provavelmente não pensou: – É pá que fixe, isto está mesmo bom para ser lido por miúdos de 12 ou 13 anos.
Aliás, se há pessoa que seguramente dispensava esta polémica é justamente o autor que escreveu livremente a sua obra e que não merece ser usado como estandarte de ninguém porque se acha muito libertário (e muito menos ser condenado por ninguém que se julgue moralista).
Esta polémica até consegue ser mais parva do que o normal porque estalou já depois de ter sido resolvida.
Em bom rigor, este meu texto nem devia ter sido escrito.
Mas olhem, como já está, publique-se...