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O que mais impressiona na passagem do Bruno Fernandes pelo Sporting é a força da marca que deixou no clube, fazendo esquecer o pouco tempo que jogou de leão ao peito.
Com a sua saída para o Manchester United fizeram-se os balanços do costume e percebemos que o Bruno Fernandes apenas esteve no Sporting 2 anos e meio. E é isso impressiona.
O seu esforço, dedicação e devoção trazem-lhe a glória de ganhar um lugar no coração dos Sportinguistas como se lá tivesse jogado a vida toda.
Para os meus filhos, que têm entre 8 e 14 anos, o Bruno Fernandes é sinónimo de Sporting – será o jogador que marca as suas infâncias como a mim marcaram o Manuel Fernandes ou o Jordão.
Não é por acaso que há uns dias as minhas filhas me “explicaram” que vamos ter que comprar a camisola do Bruno Fernandes no Manchester United.
É que foram 2 anos e meio tão intensos que marcam as nossas vidas para sempre, e Bruno Fernandes passou a fazer parte da família.
É um extraordinário jogador com uma dedicação ao trabalho que farão dele um dos melhores da sua geração, mas enquanto homem demonstrou uma coragem, uma coerência e uma honestidade raríssimas.
Mais do que um talento dentro de campo, Bruno Fernandes é um homem para quem posso apontar como exemplo aos meus filhos.
Mais do que os kms percorridos, os desarmes, os passes, as assistências e os (muitos) golos marcados, é essa conjugação de talento e de integridade que fazem dele um ídolo.
E ser um ídolo só está ao alcance de alguns predestinados.
Não sei se haverá mais alguém que, como eu, se esteja nas tintas para a redução da taxa do IVA na eletricidade.
Nota prévia: nós somos uma família remediada onde qualquer poupança é sentida e significativa, e por essa razão uma descida dos custos com a eletricidade seria MUITO bem-vinda; ainda por cima somos uma família numerosa que naturalmente gasta mais energia do que uma família com 1 ou 2 filhos.
Mas a verdade é que esta discussão sobre uma eventual descida do IVA da eletricidade me era indiferente por uma razão muito simples: já cá vivo há tempo suficiente para saber como as coisas funcionam neste País.
Se o IVA tivesse descido para 6% as famílias iriam sentir uma redução na sua fatura energética mas apenas durante uns meses. Depois disso as empresas fornecedoras iriam perceber que tinham margem para acomodar uma subida de preços e encarregar-se-iam de rever em alta os seus serviços; desta forma a redução do preço a pagar pelo consumidor provocada pela baixa do IVA seria depois “compensada” pelo aumento das tarifas base.
Resumindo, dentro de alguns meses os consumidores estariam a pagar o mesmo e as empresas do sector energético estariam a lucrar muito mais.
Pior... com uma descida do IVA iríamos provavelmente assistir a um aumento de outros impostos para compensar a redução da receita, e dentro de pouco tempo estaríamos a pagar o mesmo pela eletricidade e a pagar (ainda) mais impostos.
Como tantas vezes tem acontecido, os sacrifícios dos contribuintes são absorvidos pela ganância de algumas grandes empresas mais ou menos monopolistas.
Por viver cá há uns anos, não me incomoda nada a não-descida do IVA na eletricidade; sei bem que a eventual descida seria apenas temporária e que no fim o verdadeiro beneficiário não seria o consumidor.