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A Amy Winehouse deixou-nos há precisamente 5 anos.
Eu já me vou habituando à ideia, que remédio tenho eu, mas ainda a vou chorando porque volto à sua música regularmente.
Como toda a gente, passei boa parte da minha vida a venerar artistas mais velhos do que eu. É natural; quando se tem 16 anos os artistas que nos ajudam a crescer são todos um bom bocado mais velhos do que nós.
Depois chegamos aos 25/30 e já há gente da nossa idade a fazer (muito) boa música.
Mas a Amy foi um furacão raro, por todas as razões.
Porque levou a sua capacidade autodestrutiva até ao fim, e porque foi a única miudinha que rotulei como absoluto génio na minha hierarquia pessoal dos Deuses.
Há quem goste de lembrar o estado lastimável em que se apresentou em Lisboa em 2010, mas esse lado da sua história nunca me interessou. Mesmo nessas imagens eu prefiro recordar o espírito de irmandade da banda que tenta, com enorme sacrifício e profissionalismo, manter o espetáculo de pé (e mantê-la a ela de pé). Eu olho para as imagens do Rock in Rio e gosto ver um grupo de grandes músicos que tentam segurar a sua menina, numa demonstração de carinho e dedicação que me comove porque todos sabíamos o que se estava a passar.
A Amy era um anjo caído, aqueles músicos sabiam-no e faziam o que podiam para a amparar.
Mas para a lembrar em boa forma, a Amy Winehouse a sério, vou muitas vezes ver este vídeo.
É de 2007, ela já não é a menina que passeia o cão ma capa do Frank, já apresenta as suas imagens de marca (o cabelo, o swish, as tatuagens...) mas ainda está em plena posse das suas qualidades de absoluto génio.
E ainda tem o sorriso (às vezes triste), a pele de múda e os olhos grandes e curiosos de reguila.
E aquela banda maravilhosa que a acompanhou e amparou até à queda a fazer a festa à chuva.
Vamos lembrá-la pelo seu génio e pelo que ela fazia de melhor – a música.
A Amy morreu, viva a Amy!
Amy sempre!