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Obrigado pela foto, Sandra.
Neste sábado dei barraca, e da boa...
Estava todo animado para fazer a 3ª Corrida TSF Runners; tinha-a feito no ano passado e adorei.
O percurso é plano, numa zona de que gosto perto de minha casa e com guias para cada tempo que se pretenda fazer. Para tentar bater um record pessoal é excelente porque é “só” colarmo-nos ao bandeirinha do tempo que gostávamos de fazer e tentar aguentar a passada.
No ano passado fiz 49:01; na altura foi o meu melhor tempo e a primeira vez que corri 10km abaixo dos 50 minutos – fiquei mesmo contente.
Este ano ia tentar fazer 45 min. o que, sendo muito ambicioso, não me parecia completamente impossível.
Como tive que ir deixar os miúdos a casa dos avós, ia chegar quase em cima da partida mas já se sabe que quem tem 4 miúdos anda sempre a correr atrasado.
A corrida era às 17:30 e cheguei à zona de partida às 17:20 o que ainda me dava 10 minutos para uns alongamentos e um aquecimento muito breve.
FALSO!
Quando lá cheguei às 17:20 perguntaram-me se era dos 5 km e se já tinha acabado. Eu disse que não, que era dos 10 km e que ainda não tinha partido. E explicaram-me que a corrida tinha começado às 17:00 - eu tinha chegado 20 minutos atrasado à partida.
- Caramba, a sério?
A miúda da organização, amorosa, disse-me que sim, que que a corrida tinha começado há 20 minutos mas que se eu quisesse ainda podia fazer a prova.
- Ai é? Então vou!
Desviaram uma grade, eu liguei o cronómetro e arranquei feito tonto, sem aquecimento nem nada, como se fosse tentar apanhar alguém.
A sensação foi estranhíssima porque corri quase sempre completamente sozinho. Parecia um daqueles filmes apocalípticos em que a cidade é destruída e só fica um sobrevivente: eu.
Sem ninguém que me ajudasse a controlar o ritmo, e com a sensação parva de que estava “atrasado”, fiz o 1º km demasiado rápido e cansei-me mais do que devia.
Depois abrandei um pouco e motivei-me porque por volta do 2º km comecei a ver pessoas ao fundo. Ultrapassei algumas, muito contente, e depois percebi que eram os mais atrasados dos 5 km e que deram a volta para trás uns metros depois.
Lá fiquei outra vez sozinho...
Entretanto começam a aparecer em sentido contrário os atletas dos 10 km que já tinham dado a volta; ao menos tinha companhia mas fazia-me sentir ainda mais estranho. Depois eles passaram voltei a ficar completamente sozinho, com a 24 de Julho toda por minha conta – uma desolação.
Como se não bastasse, as placas dos kms 4 e 5 tinham caído com o vento e fiquei sem referencias nenhumas para os tempos que estava a fazer.
Quando passava nos abastecimentos estava uma bateria de voluntários para um único atleta e fiquei com a ideia de que eles estavam a fazer apostas para ver a quem é que o “atrasado” levava a garrafa.
Levo sempre às miúdas, claro. E agradeço sempre.
Só ao km 6 é que percebi que estava em linha para fazer 50 minutos (se não baixasse o ritmo) e foi o que fiz. Já estava demasiado cansado e desorientado para outras ambições.
Foi a corrida mais estranha (para não dizer a mais tonta) da minha curta carreira.
Mas mesmo atrasado, fiz o que pude para não envergonhar a minha camisola amarela de Vicente.
Acabei no minuto 49 mas comecei tão atrasado que no site da TSF nem aparece o meu tempo.
O povo diz e com razão: o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
Mas sabem que mais?
Adoro a corrida da TSF e adoro correr com a minha amarelinha.
Quando se corre com a camisola dos Vicentes nunca se está completamente sozinho...
E para o ano há mais...