Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Completaram-se 25 anos sobre a morte do Senna e meio mundo recordou o campeão pelas suas vitórias, voltas mais rápidas e records.
Mas como eu sou do contra vou recordá-lo por um momento em que ele teve um acidente caricato, não venceu, e por causa dessa sua decisão fez felizes milhões de pessoas (incluindo este vosso escriba).
Corria o ano de 1988 e, para os tifosi, estava a ser (mais) uma época miserável: em 11 corridas disputadas tínhamos 11 vitórias da McLaren, e como se não bastasse em meados de Agosto morria o comendador Enzo Ferrari.
Dias depois disputava-se em Monza um dos mais emocionais GP de Itália de sempre com os tifosi ainda a chorarem a morte do fundador da “sua” equipa.
O Ayrton Senna estava a dominar o campeonato com 9 poles, 7 vitórias e 2 segundos lugares em 11 corridas, e em Monza assinou a 10ª pole position da temporada.
Senna saiu da pole, o seu colega Alain Prost tinha desistido e atrás dele rolavam os Ferraris do Gerhard Berger e do Michelle Alboreto – a corrida estava perfeitamente controlada.
Tudo isto até faltarem 2 voltas para o fim, altura em que o Senna tentou dobrar o J.L. Schlesser, os carros tocaram-se e pouco depois passaram os Ferraris que completariam as 2 voltas que faltavam perante uma das maiores manifestações de histeria colectiva da história da Fórmula 1.
A Ferrari faria uma mais do que improvável dobradinha em casa, em Monza, poucos dias depois da morte do seu fundador (foi aliás o único GP desse ano que a McLaren não venceu).
Para a história ficou o “erro” de Senna que tentou dobrar um corredor atrasado numa chicane apertada não lhe deixando espaço (o pobre do Schlesser chegou a bloquear as rodas e ir para a terra para deixar passar o Senna mas mesmo assim não conseguiu evitar o embate como se pode ver aqui).
Mas essa é a versão oficial - não é a minha.
Ao longo do tempo fui-me convencendo que o acidente foi propositado e hoje estou absolutamente convencido que Senna não errou; pelo contrário, provocou deliberadamente o acidente num local onde, pela velocidade mais reduzida, o toque não teria riscos para os pilotos.
Hoje acho genuinamente que, depois da desistência do Prost e sabendo que tinha os dois Ferraris atrás de si, o Senna quis oferecer aquela dobradinha à Ferrari em Monza dias depois da morte do Enzo Ferrari.
Tudo o que precisava era de uma forma moralmente aceitável para desistir, e aquele acidente caricato deu-lhe a oportunidade para ser magnânimo e dar essa suprema alegria a nós (os tifosi) e aos carros vermelhos que sempre disse que um dia gostaria de pilotar.
O Senna não foi o maior apenas pelas suas vitórias mas também pelos riscos e sacrifícios que fez pelos seus colegas. Este exemplo de que vos dei conta pode não constar nos livros de história da F1, se calhar sou só eu a romantizar, mas está gravado mo meu coração.