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Há duas notas positivas sobre o referendo que ditou o Brexit:

  •  A lição de empenho cívico dada por um povo que se mobiliza e vota num referendo com uma taxa de participação de 83%.
  •  A lição de independência democrática dada por um povo que vota como lhe apetece, mesmo que seja em sentido contrário aos conselhos dos principais líderes partidários e respectivas estruturas.

 

Há uma nota negativa sobre o referendo que ditou o Brexit:

  •  O resultado.

 

Independentemente de todas as considerações que se possam fazer sobre os motivos e as consequências, a verdade é que o Reino Unido sempre foi um bastião de um projeto de construção civilizacional.

Foram eles quem, com a Magna Carta em 1215, reinventou a ideia de "democracia" tal como a entendemos hoje impondo limitações ao exercício do poder (absoluto).

E foram eles quem ao longo da História foi lutando contra as tentativas de hegemonia dos poderes absolutos que foram aparecendo, de Filipe II de Espanha a Hitler passando por Napoleão.

É evidente que sempre defenderam os seus interesses, e sempre foram ganhando com isso, mas a verdade é que foram sempre estando do lado certo da História.

Eu pergunto-me que projeto de construção Europeu é este onde não está o Reino Unido, bastião da democracia, mas estão esta Polónia ou esta Hungria, para não falar noutros Países onde a extrema-direita se aproxima cada vez mais do poder.

 

À parte disso este referendo vem recordar-nos que “a democracia é o pior de todos os sistemas com exceção de todos os outros” - já dizia o Churchill.

E ontem tivemos direito a assistir a uma perversão do sistema: olhando para os estudos de opinião que se conhecem, foram as franjas mais envelhecidas do Reino Unido quem determinou esta saída.

Em resumo, quem decidiu sair não vai estar cá para pagar a factura; quem a vai pagar são precisamente os mais jovens que queriam ficar na UE.

(Ainda assim, este não é um problema estrutural do sistema democrático – é uma perversão introduzida pelo facto de vivermos em sociedades envelhecidas.)

 

O futuro pode trazer-nos muita coisa mas hoje, muito honestamente, sinto que perdemos (quase) todos.

Basta ver quem está a celebrar para perceber que pelo menos a ideia de democracia perdeu...

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publicado às 14:45


7 comentários

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Kok a 24.06.2016

Completamente de acordo com as tuas opiniões aqui descritas!
1 abraço pah!
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O ultimo fecha a porta a 24.06.2016

Concordo com a tua análise. O Reino Unido tomou democraticamente a sua decisão. Posso discordar do resultado, mas é legitimo daquele estado ambicionar por mais autonomia fronteiriça e de tomada de decisão. Mas agora, tomada a decisão, terá que arcar com todas as consequências.
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Anónimo a 24.06.2016

Quem fala assim não é gago!
Assino por baixo :-)
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Anónimo a 24.06.2016

Ah sou a Kate, a Happy Wife :-)
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paulo a 25.06.2016

O futuro trás sempre qualquer coisa. Não se consegue dar um passo sem saber o que vai acontecer.
Da consulta popular saiu a decisão de separação do Reino Unido da União Europeia. Para o bem ou para o mal foi a escolha que fizeram e tem que ser aceite com naturalidade. Porque será que se tem maior dificuldade em aceitar a separação do que a união? Associamos a separação a uma coisa má, mas pode não ser. A única coisa que sei é que é o unicio de um novo caminho.
Até para a corja politica oportunista, particularmente a portuguesa, que após o conhecimento do referendo veio logo profetizar. Amanhã ou segunda-feira só o resultado das eleições em Espanha interessa, onde concerteza já possuem os diversos discursos possíveis prontos para sair da gaveta. E o resto é conversa.
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M. a 25.06.2016

O meu comentário é só para destacar o sentido de cidadania dos britânicos.
O referendo foi efetuado num dia útil.
Pois, eles também não têm lá as nossas praias...

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