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O Éder espantou-me 3 vezes no espaço de 24 horas.
1 - Marcou um golo absolutamente inesperado que deu à nossa Seleção o tão desejado título de Campeões Europeus.
2 - Mal acabou o jogo, e ainda no relvado, quis agradecer o seu momento de glória à sua mentora e ao Cristiano Ronaldo que lhe tinha dito que acreditava que ele ia marcar o golo.
3 - Passadas umas horas, já em Lisboa, resolveu gritar a plenos pulmões de microfone nas mãos: - Hoje é feriado, car@#&o! - numa Alameda Afonso Henriques onde estavam dezenas de milhares de pessoas de todas as idades, incluindo crianças e avozinhas.
O seu passado vivido em lares e o entusiasmo da recepção dos Lisboetas podem ajudar a explicar a alarvidade deste 3º episódio.
O treino, a dedicação e o esforço podem ajudar a explicar o momento de inspiração no milésimo de segundo em que decidiu rematar para o golo.
Mas o segundo episódio, o do agradecimento e da partilha, não se treina – só está ao alcance de alguém genuinamente generoso. Não era um discurso pensado e preparado, foram palavras que lhe jorraram a quente do coração para a boca.
O normal seria que falasse apenas de si, do seu feito e da sua alegria - mas não foi isso que aconteceu.
Acho absolutamente notável que alguém atinja o ponto mais alto da sua carreira, se transforme num herói nacional, e a primeira coisa que lhe ocorra seja partilhar esse mérito com outros.
Essa generosidade, esse impulso de partilhar o mérito e a felicidade só está ao alcance de alguns.
Obrigado Éder.
Pelo golo e pelo exemplo.
P.S. esta tremenda ilustração foi feita pelo meu amigo Luís que é um génio e criou a página As Minhas Insónias Em Carvão.