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Bruno de Carvalho tem-se queixado de que está a ser alvo de uma perseguição inédita na história do planeta; diz ele que “o que me aconteceu nunca foi visto no mundo”.
E tem razão: qualquer pessoa que tenha acabado o liceu com aproveitamento dificilmente encontra na História Universal um episódio de perseguição mais gritante do que este.
E perante este cenário de injustiça, acho que chegou o momento de mostrarmos um pouco de solidariedade – pela minha parte é o que conto fazer.
Há cerca de um ano atrás Bruno de Carvalho afirmou peremptoriamente o seu desejo: "Hoje deixei de ser para sempre sócio e adepto deste clube".
E explicou-nos que ia escrever uma carta ao Sporting: “A minha carta de suspensão vitalícia de sócio segue segunda feira e nunca mais seguirei sequer os eventos desportivos do clube”.
Mas por alguma razão a carta perdeu-se e de pouco nos serve agora tentar apurar se a responsabilidade é dos CTT ou dos serviços administrativos do clube.
O que nos interessa é que no sábado há uma Assembleia Geral e podemos finalmente ajudar Bruno de Carvalho a realizar o seu sonho de deixar de ser sócio do Sporting.
Todos juntos vamos conseguir...
Um pouco por todo o mundo, temos assistido à chegada ao poder de pessoas que ganharam fama pela sua atitude populista, agressiva, pela truculência, animosidade e pela violência da sua linguagem.
Dos Estados Unidos às Filipinas, do Brasil à Turquia, exemplos não faltam nesta “onda” que parece imparável.
E se Portugal tem passado ao lado desta vaga de crescimento da violência e da intolerância no discurso politico, no futebol tivemos no passado recente um exemplo flagrante de alguém que usava a ofensa, o confronto e a violência como forma de se expressar pessoal e institucionalmente.
Bruno de Carvalho promoveu a sua “normalização da violência” contra tudo e contra todos, e acabou o seu mandato num registo de pura ofensa pessoal.
Aos seus opositores Bruno de Carvalho chamou publicamente de ratos, tarados, carentes de sexo, vermes, porcos, ressabiados, toxicodependentes, nojentos, rastejantes, pedófilos, alcoólicos, e mais um rol de ataques pessoais e ofensas nunca vistos naquilo a que chamamos “espaço público”.
E apesar de muitos associados reconhecerem mérito à sua gestão (basta lembrar os 86% com que foi eleito, o pavilhão que construiu e os títulos que ajudou a conquistar em várias modalidades), chegou um momento em que a massa associativa do Sporting achou que o clima de agressividade e violência que se vivia se tinha tornado insuportável.
E aí, perdoem-me a imodéstia, o Sporting deu uma lição de civismo ao mundo: numa altura em que assistimos a uma onda de populismo e a um recrudescimento do discurso violento e intolerante, os sportinguistas promoveram o seu primeiro processo de destituição de um presidente, destituído precisamente por reunir essas características tão em voga.
Em dois momentos distintos a massa associativa do Sporting recusou de forma clara essa postura: quando mais de 70% dos votos sentenciaram a destituição do presidente Bruno de Carvalho, e meses mais tarde quando bateram o record de participação numas eleições para a nova direcção do clube quando o ex-presidente apelou ao boicote.
No plano do civismo, do culto da democracia e do respeito pelos outros, o Sporting foi absolutamente exemplar e os seus sócios portaram-se como verdadeiros campeões.
Só nos falta um último desafio para podermos arrumar definitivamente a figura de Bruno de Carvalho no album do passado: devemos participar na AG do próximo sábado e votar favoravelmente as medidas propostas pelo Conselho de Disciplina.
É importante que façam um desvio no vosso sábado e passem pelo Pavilhão João Rocha para votar e cumprir mais uma vez o nosso dever cívico.
Se não participarmos, arriscamo-nos a que “outros” decidam por nós e já sabemos como isso pode acabar mal. Ainda na última AG os acólitos do antigo presidente quase conseguiam boicotar a aprovação do orçamento para este ano o que representaria um dano tremendo para a estabilidade do Sporting. São pessoas que não hesitariam em prejudicar o clube se conseguissem maximizar a sua voz minoritária numa AG pouco participada.
Não é só por causa do que aconteceu em Alcochete nem pelas suspeitas de gestão danosa que têm sido noticiadas (como aqui ou aqui).
É porque aquele discurso de confronto permanente, de animosidade, de criação de inimigos e de apelo à intolerância não é aceitável no mundo que queremos construir, seja no futebol ou na política.
Vamos virar definitivamente esta página da nossa história.
Vamos fazer desaparecer este pesadelo para que depois possamos começar a construir o nosso sonho.