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Mário Soares é uma das pessoas a quem os meus filhos mais devem, e apesar disso não têm a mais pequena ideia de quem ele seja.
Isso diz tudo sobre a sua importância histórica e sobre a forma como o seu legado se consolidou.
Nos anos '80 a minha prima Ana vivia em Itália e quando cá vinha no Natal dizia que uma das coisas de que tinha mais saudades era de ouvir o meu pai, inflamado, a dizer mal do Soares.
Era uma coisa de família.
Algumas das minhas adoradas tias mais soaristas até puxavam pelas virtudes do Bochechas (como ternamente lhe chamavam) só para verem o meu pai a eriçar-se.
Lá em casa sempre se gostou dele e sempre se disse mal dele.
Porque ele era contraditório e nós também.
No fundo sempre soubemos que ele era o maior, e sempre soubemos o muito que devíamos àquele bonacheirão que tantas vezes nos irritava.
Obrigado por tudo, Bochechas