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Há duas coisas que me custam (muito) a entender nesta guerra entre Taxis e Uber.
Se a Uber está a operar em Portugal mais de 2 anos, como é que o poder político e legislativo ainda não se deu ao trabalho de... tipo... legislar sobre a matéria?
Não seria altura de os partidos políticos com assento parlamentar assumirem, cada um, uma posição clara sobre o assunto, para depois irem à procura dos consensos necessários?
Ou vamos fazer como de costume e esperar que o Governo (fosse ele qual fosse) apresente uma proposta para depois a oposição se associar ao descontentamento de uma classe profissional, sem contudo se comprometer com nenhuma solução clara?
Ainda por cima, à negligência da classe política soma-se a incompetência das estruturas que apoiam os taxistas.
Não percebem eles que estão diariamente a fazer publicidade à Uber?
Porque de cada vez que um grupo de taxistas (que não representam a classe) se porta como um bando de selvagens, a imagem do serviço prestado pela Uber distancia-se em qualidade e sofisticação.
Estes taxistas criaram a ideia de que são apenas um bando de grunhos, e estão agora a consolidar essa imagem.
Naturalmente, quem vê/lê estas notícias e quer aceder a um serviço que não seja prestado por um grunho, tem uma alternativa: chama a Uber...
Confesso que se a Uber estivesse cotada em bolsa (e eu tivesse dinheiro para investir) era lá que apostava as minhas economias.
Não é todos os dias que vemos uma marca ou serviço a ocupar a abertura de todos os telejornais, incluindo o prime time, tanto nas generalistas como no cabo, e tudo isto sem gastar um tostão porque o seu principal concorrente se encarrega de lhe oferecer esse protagonismo e correspondente tempo de antena.
Há marcas que investem fortunas para aparecer na TV mas a Uber não precisa – os taxistas oferecem-lhe esse privilégio e pagam a factura.