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Ontem não quis ver o jogo para me poupar.
Estava em casa de uns primos, a sala estava a abarrotar de crianças e de gente menos habituada às lides da bola, e não me apeteciam os guinchos histéricos de cada vez que a bola passa o meio campo, nem gente a perguntar o que é um fora de jogo num momento de stress.
Num jogo normal acho graça a esse sentimento de comunidade mas ontem era demasiado importante.
Fui para a varanda e estive aquele tempo todo a beber minis, a ver as folhas das árvores a serem bafejadas pelo vento, e a observar o mar a mudar de cor à media que a noite ia caindo.
Ia ouvindo o entusiasmo e/ou a angustia que vinham da sala e acabei por viver o jogo mais zen da minha vida.
Na fase final do prolongamento ouvi um bruá na rua e percebi que tinha sido golo de Portugal uns segundos antes de a casa dos primos quase vir abaixo.
Juntei-me à festa e acabámos no Marquês como é de bom tom.
Sobre o jogo que não vi, escreve hoje o Libération:
"O sólido coletivo português, rapidamente privado da sua estrela Ronaldo, resistiu domingo à noite aos ataques dos 'Bleus'.
E continua...
A equipa portuguesa evoluiu, coletivamente, para um nível estratosférico, numa noite em que lhe roubaram o senhor e mestre Cristiano Ronaldo, lesionado no início, o que mostra que o futebol ainda é um jogo que se joga de forma coletiva".
Se um jornal francês escreve isto em plena ressaca, é porque é verdade.
Estou muito feliz pelos milhões de portugueses e amigos de Portugal que ontem rebentaram de alegria.
Mas estou especialmente feliz pelo meu menino de oiro, o nosso Cristiano Ronaldo, que pelo seu exemplo de superação, liderança e amor, merece esta vitória mais do que todos.
Ele sempre fez tudo pelos outros, e ontem foi o dia em que os outros fizeram tudo por ele.
Que dia lindo...